quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Rodeio no Porto (O Início...)


Pois é, apesar de toda a contestação, de todos os que respeitam os animais, mas também das entidades oficiais, como a Associação Animal e o Movimento Anti-Touradas de Portugal, o 1.º Rodeio no Porto está em marcha. Começou hoje, quinta-feira, e prolonga-se até domingo. Para os que gostam deste tipo de espectáculo (gostos não se discutem), aqui ficam alguns dados oficiais.

Público paga entre 10 e 12 euros

Os ingressos para o espectáculo do rodeio custam entre 10 (em pé) e 12 euros (bancadas), sendo que o acesso apenas ao Parque do Cowboy custa dois euros. As crianças, até 10 anos, têm entrada livre, no recinto da Arena. Há ainda 140 camarotes disponíveis, para seis pessoas cada, que custam entre 200 (um dia) e 700 euros (quatro dias).

Mais de 10 mil pessoas por dia

A organização do rodeio confirmou ontem que já foram vendidos mais de sete mil bilhetes, a maioria dos quais para sábado. Mas, uma vez que a Arena não alberga apenas quatro mil pessoas nas bancadas, são esperadas entre 10 mil e 15 mil espectadores por dia.


Mega-parque de diversões

Num parque com 20 mil metros quadrados, além da arena para o rodeio, que contempla dos camarotes e as bancadas que suportam cerca de quatro mil pessoas, estão ainda situados um palco em concha, uma discoteca Djs e um parque de diversões com um touro mecânico, carrosséis, uma roda gigante, um mini karting e insufláveis.


Uma dezena de bois em prova

Os 10 bois que a organização adquiriu para a realização do 1.º Rodeio no Porto, cada um com mais de mil quilos de peso, chegam hoje de manhã ao local do espectáculo. Está ainda programada uma demonstração com cinco cavalos do Centro Hípico, mas nenhum destes animais vai competir, como garantiu a organização.


E, já agora, a palavra de quem sabe...

Competir nos rodeios é uma paixão

Na arena do 1.º Rodeio no Porto vão estar 12 cowboys em competição, todos de nacionalidade brasileira, mas oriundos, não só de Terras de Vera Cruz, mas também de países como Itália, Espanha e França. Entre este grupo de «peões» está Sidnei Alencar, que compete em rodeios 'há 20 anos', 'Nasci numa fazenda, no interior de S. Paulo, os meus pais são criadores de gado, por isso, cresci neste meio', explica o cowboy.
Alencar diz que este desporto 'é uma paixão', que lhe está 'nas veias', o que justifica que o pratique há tanto tempo: 'O rodeio nasceu no Texas, nos Estados Unidos, porque as pessoas que lidavam com os animais reuniam-se ao final do dia para confraternizar e acabavam por brincar para saber quem era melhor. Foi levado para o Brasil, onde é hoje um grande desporto. Como lidei sempre com gado e sempre conheci o rodeio, está nas minhas veias, é uma grande paixão', conta.
O «peão» não nega, contudo, que a experiência não tira completamente o receio de entrar na arena: 'Há animais mais ariscos e, às vezes, sente-se um bocado de medo, principalmente quando um colega se magoa',
Alencar não esconde que há eventos em que os animais são mal-tratados, mas que o rodeio no Porto não é um desses exemplos: 'Há profissionais e falsos profissionais na área, bem como há animais que servem para o rodeio e outros que não. Os animais que servem são mais ariscos, têm um temperamento próprio e são preparados para o rodeio. Há outros que não servem, que são usados pelos falsos profissionais, que acabam por tratá-los mal para eles saltarem'.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Rodeio (derrota com toque de esperança)


A Associação Animal decidiu interpôs uma providência cautelar para impedir a realização do espectáculo, que decorre até domingo no Parque da Cidade do Porto, mas a decisão do tribunal de ouvir a parte contrária, a quem deu 10 dias para se pronunciar, inviabiliza essa pretensão.
“Ao decidir ouvir a parte contrária, o tribunal (…) inviabilizou o sucesso do procedimento cautelar a tempo de travar o rodeio”, lamenta a associação num comunicado enviado à Lusa.
Nesse sentido, admitiu que “já não existem condições jurídicas para impedir que bois e cavalos sejam barbarizados neste vergonhoso rodeio”.
Apesar disso, a associação anunciou que pretende “dar seguimento” à providência cautelar, por considerar ser importante uma decisão judicial sobre o assunto, admitindo ainda “responsabilizar a Câmara do Porto por licenciar e apoiar um espectáculo de violência contra animais”.
Para o presidente da Animal, Miguel Moutinho, “é absolutamente vergonhoso ver a Câmara do Porto e a empresa municipal Porto Lazer a licenciarem e apoiarem um espectáculo de violência contra animais”. “O Estado português deve ser um promotor da defesa dos animais e não o contrário”, defendeu.
O Movimento Anti-Touradas de Portugal (MATP) manifestou a oposição ao I Rodeio no Porto, considerando que este tipo de eventos “não são mais do que espectáculos de violência perpetrada sobre animais indefesos”. “Não poderemos ambicionar por um ser humano evoluído e capaz de responder de forma responsável e consciente aos problemas do mundo enquanto nos mantivermos presos a comportamentos retrógrados e pouco dignificantes para o homem”, refere o MATP.
Nesse sentido, o movimento apelou a que não sejam vendidos bilhetes e à retirada dos apoios dados por diversas empresas e entidades, ameaçando “denunciar publicamente a nível nacional e internacional a sua conivência com maus-tratos a animais”.

sábado, 13 de setembro de 2008

Relembrar Coura


Como é que é pocibel dar tantus eros numa fraze so???????!!!!! :)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Portugueses em grande


A cantora portuguesa Sofia Ribeiro já venceu vários prémios ao longo da ainda curta carreira, o último dos quais num concurso de jazz vocal, na Polónia – «Voicingers 2008».
Para a também professora e compositora, que nasceu em Lisboa em 1978, mas se mudou para Vila Nova de Gaia muito cedo, a música está sempre 'em primeiro lugar', mas este desejo nem sempre é concretizável.
'Espero pôr sempre a música em primeiro lugar. Não é fácil viver só da música, em termos de estabilidade monetária, mas lido bem com isso. Acima de tudo porque há a vantagem de ser um trabalho aliciante, de muita surpresa', aponta.
O primeiro lugar alcançado no «Voicingers 2008» valeu a Sofia Ribeiro um prémio monetário, mas, acima de tudo, como refere, a 'oportunidade e benefício de ir cantar outra vez na Polónia', numa pequena digressão. 'No fundo, estarei a mostrar trabalho num sítio diferente e a contactar com pessoas influentes. A visibilidade é, sem dúvida, outro dos grandes benefícios', explica.
A artista, que começou pelo pop – 'Cantava músicas de Mariah Carey e Whitney Houston', –, descobriu o jazz depois de perceber que não se identificava bem com o canto clássico: 'Decidi a dada altura experimentar a Escola de Jazz do Porto, que era uma forma de estudar canto, mas sem ser clássico. Identifiquei-me mais com o jazz, ao conhecer o reportório, fui-me habituando a gostar do estilo e da parte de improvisação. Aos poucos deixei de cantar música pop, apesar de gostar, e o jazz tem sido a minha base'.
Base que, por si só, não define Sofia Ribeiro, que se considera uma cantora versátil: 'O jazz é bastante abrangente e sou capaz de cantar uma música brasileira, uma coisa mais virada para o fado, ou algo que vai mais para o blues. Tudo isso puxa para estilos diferentes e eu gosto dessa diversidade'.
Por isso, quando compõe, acontece 'escrever músicas que saem deste estilo, como um fado misturado com jazz e música para crianças'.
'Sinto essa mistura de estilos e prefiro até que, no futuro, a minha música não seja tão classificada com o jazz, que seja algo mais aberto', conclui.

Terceiro CD editado em breve

Com dois trabalhos editados – «Orik» e «Dança da Silidão» –, Sofia Ribeiro já planeia o próximo disco de originais. 'Ainda não sei exactamente como vai ser o terceiro trabalho. Quero que aconteça logo que possível. Uma possibilidade seria fazê-lo com um de dois contrabaixistas com quem trabalho, Gui Duvignau ou Marc Demuth, mas ainda não tenho nada em concreto', aponta. Entretanto, a cantora está a gravar um CD com músicas de Zeca Afonso, 'em colaboração com outros três cantores', 'Provavelmente vai ser o próximo disco em que participo a ser editado, mas ainda não tem data marcada. Já gravámos parte, mas em Outubro vamos gravar o que falta', explica.

Traga-me a catana!! Já!!


Valentim Loureiro, acusado pelo Ministério Público de prevaricação e falsificação de documentos no processo de construção do Complexo Desportivo de Rio Tinto, garantiu 'não ter consciência de ter cometido qualquer crime'.
O presidente da Câmara de Gondomar admitiu, em conferência de Imprensa, 'que possam ter existido irregularidades administrativas', no processo, 'mas por parte dos serviços e não de nenhum político'.
'Quero afirmar que despachei, normalmente, a proposta de abertura de concurso e a proposta de adjudicação dos trabalhos imprevistos à empresa que apresentou o mais baixo preço', apontou o major, assegurando que lhe podem 'cortar o pescoço se um dia se provar que houve um cêntimo de prejuízo para a Câmara'.
'Podem cortar-me o pescoço, que faço uma carta a dizer que o autorizei', reafirmou.
Confrontado com a possibilidade de a obra estar concluída na altura em que despachou a abertura do concurso, o edil apontou: 'Um presidente de Câmara, quando despacha com os vereadores, não faz uma análise exaustiva dos pormenores. Mesmo que tivesse acontecido, não foi com o meu conhecimento'.
No processo de construção do complexo de Rio Tinto, no qual está em causa um alegado favorecimento no concurso da infra-estrutura, além de Valentim Loureiro são ainda co-arguidos o vice-presidente da autarquia, José Luís Oliveira, e quatro funcionários da Câmara.

Oliveira em Serralves


Só espero chegar aos 70 com a lucidez que este senhor apresenta a poucos meses de fazer 100 anos - festeja a data a 12 de Dezembro. Está um bocadinho «mouco», é verdade, mas ainda vale a pena ouvi-lo e, quiçá, vê-lo em Serralves.


Só a morte é perfeita

A obra completa de Manoel de Oliveira vai estar patente no Museu de Serralves, de 18 de Setembro a 9 de Novembro, no que se apresenta como o mais completo ciclo do cineasta realizado, até ao momento, na cidade do Porto.
A mostra, designada «Manoel de Oliveira: ver e rever todos os filmes (e mais alguns ainda...)», foi ontem apresentada numa conferência de Imprensa, que contou com a presença do realizador português.
'Esta será uma exibição extraordinária, como nunca vi em lugar nenhum do Mundo. É notável que os meus filmes sejam apresentados em companhia de outros de colegas portugueses e estrangeiros', começou por dizer Manoel de Oliveira.
O ciclo, acrescentou, 'dá uma ideia mais completa e profunda do que é o cinema no Mundo e do que é que isso representa', apesar de 'ser impensável definir o que é o cinema ou o que é a vida',
'No cinema repousa toda uma vida. Por isso, é impensável definir qualquer uma das duas coisas', notou Manoel de Oliveira, para quem 'não há consagração maior do que a compreensão', do seu trabalho.
'O sucesso depende de três coisas: do realizador, de quem o promove e, sobretudo, do espectador, sem o qual não há cinema. Um filme nunca está realizado até que o espectador o veja e o estude', explicou.
Convicto de que 'se alguém chegasse à perfeição faria só um livro ou só um filme', Manoel de Oliveira não encontra a perfeição na totalidade das películas que realizou: 'Não vejo perfeição na minha ou em qualquer outra obra. Toda a obra cinematográfica está longe disso. Só a morte é perfeita',
Por isso, concluiu, nunca se preocupou com críticas que não fossem construtivas: 'Quando dizem mal dos meus filmes, de algo que consideram imperfeito, isso dói-me porque não posso emendar. Mas quando dizem mal sem justificação, passo à frente'.

Contribuir para o renascer dos cinéfilos

Contribuir para 'o renascer de uma tribo extinta na cidade do Porto: os cinéfilos', é um dos objectivos que o director do Museu de Serralves, João Fernandes, espera ver cumprido durante o ciclo dedicado a Manoel de Oliveira.
A apresentação, na íntegra, da 'filmografia de Manoel de Oliveira conhecida até ao momento', constitui, para João Fernandes 'um regresso relevante do cinema ao Porto, onde, nos últimos tempos, têm sido raríssimas as possibilidades de visionamento de filmes relevantes da história do cinema',
Representa, assim, 'um momento fundamental para formação de públicos na cidade para outras programações futuras'.
Mais de 70 filmes, dos quais meia centena realizados por Manoel de Oliveira, e os restantes por outros cineastas, poderão ser vistos ao longo de dezenas de sessões distribuídas pelos dois meses.
A sessão de abertura realiza-se no próximo dia 18, às 21h30, e contará com as presenças de Manoel de Oliveira e de Paulo Rocha. Nessa sessão serão projectados os filmes «Um dia na vida de Manoel de Oliveira» (2001), de Gilles Jacob, director do Festival de Cannes, e «Manoel de Oliveira, o Arquitecto» (1993), de Paulo Rocha.
O primeiro será uma estreia absoluta em Portugal e o segundo será uma estreia na cidade do Porto, sendo apresentado pela segunda vez na sua versão integral em Portugal.

De onde vimos????.....


Admirável mundo novo para descobrir

'Um grande dia para a ciência'. É desta forma que o professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Carlos Fiolhais, define a entrada em funcionamento do Grande Acelerador de Hadrões (LHC).
'É uma etapa nova que começa, um novo instrumento que nos pode colocar perante um mundo novo, que pode responder a questões que interessam a todos, como que partículas constituem o universo, as forças que unem os blocos, de onde vimos e para onde vamos', aponta o cientista.
Carlos Fiolhais lembra que 'não se sabe bem o que se vai encontrar', mas considera que certamente 'ficaremos a saber se há falhas no que já se conhece e substituí-las ou completá-las com novas informações'.
'O túnel já estava feito, perto de Genebra, tem 27 quilómetros de diâmetro e vai até 100 metros abaixo do solo, no qual são injectadas partículas, chamadas protões, que são aceleradas por grandes ímanes. Essas partículas circulam quase à velocidade da luz em dois feixes, um para cada lado, e, quando chocam, produzem uma grande concentração de energia. Isso permitirá imitar o que aconteceu no início do Universo', diz o físico.
Como em tudo que é novo, aparecem sempre opiniões contraditórias, mas Carlos Fiolhais desvaloriza críticas não fundamentadas: 'É natural que, nestas alturas, surjam pessoas que nada sabem do assunto e que dizem coisas, que pode haver o perigo de criar um buraco negro, mas isso é infundado. Há quem aproveite estas grandes ocasiões para misturar as coisas. Mas, desde o tempo de Galileu que religião e ciência estão separadas'.
O professor ironiza mesmo a questão, garantido que, nesta experiência, 'não se vai encontrar Deus ': 'Os cientistas estão unidos na procura de compreender o universo em que habitam, que é único, mas obedece a leis. Hoje podemos responder a perguntas não especulando, mas perguntando à natureza, efectuando experiências',
Carlos Fiolhais lembra ainda importância da participação de Portugal nesta experiência, que mostra que o País está 'bem integrado na comunidade científica mundial', e que os cientistas lusos 'têm prestígio lá fora'.

À espera do inesperado

Os primeiros resultados da experiência iniciada ontem em Genebra 'serão encontrados, talvez, daqui a um ano', aponta Carlos Fiolhais, apesar de estar seguro que 'este já é o «Big Bang» da ciência, da produção científica', 'A forma como se vão trabalhar os dados no computador, um esforço à escala mundial, pode vir a ser útil. Exemplo disso, graças ao mesmo túnel, há 15 anos, quando foi usado com energias menores, foi criada a world wide web, que hoje toda a gente usa. Pode ser que, agora, o esforço para trabalhar os dados, que vai obrigar à utilização de novas técnicas, traga benefícios, não só teóricos como práticos. A História ensina que aplicações vêm de onde menos se espera. Por isso, estamos à espera do inesperado', conclui o cientista.

Promessa cumprida

A Câmara do Porto aprovou a isenção de rendas para as peixeiras do Mercado do Bom Sucesso, por considerar que não têm as mesmas condições de que dispunham no piso inferior.
No âmbito de uma fiscalização realizada em Julho, a ASAE considerou que a zona da venda de peixe no piso inferior do mercado não reunia 'as condições mínimas de higiene e técnico-funcionais',
Para solucionar o problema, o vereador das Actividades Económicas da Câmara, Sampaio Pimentel, decidiu transferir os vendedores de peixe para o piso superior, local onde ainda se encontram.
Os vereadores do PS exigem, contudo, que a autarquia avance, de imediato, com obras no mercado, para que o espaço cumpra as 'regras mais elementares', em matéria de higiene e segurança.
'O relatório da ASAE chama a atenção para a necessidade de realizar obras, no imediato, para cumprir o mínimo exigido em termos de saúde pública', sublinhou o vereador Francisco Assis, referindo é 'obrigação da Câmara garantir o bom funcionamento', do mercado.
Os socialistas defendem que as obras necessárias para resolver o problema da venda de peixe no piso inferior 'têm que ser feitas', pois 'não parece que a ASAE esteja a apresentar exigências profundas'.
O vereador da CDU, Rui Sá, considerou que a solução encontrada por Sampaio Pimentel é de elogiar, mas apontou críticas à autarquia: 'O não investir durante anos e anos nos mercados deu origem a que isto tenha acontecido'.

Rodeio Porto (primeira vitória )

O centro comercial Dolce Vita 'demarcou-se completamente', do 1.º Rodeio do Porto. 'Foi esta a nossa primeira pequena vitória', garante o porta-voz do Movimento Anti-Touradas de Portugal (MATP), Rui Silva.
'O nosso protesto continua a seguir no mesmo sentido, ou seja, no envio de emails para os patrocinadores. Graças a isso, conseguimos que o Dolce Vita não confirmasse que não apoia o 1.º Rodeio do Porto, demarcando-se completamente do evento e deixando de aparecer nos cartazes e na página principal da internet do organizador', explica Rui Silva, apontando ainda: 'O gabinete de advogados do Dolce Vita enviou-nos um ofício no qual garante que não quer ter qualquer ligação ao rodeio',
Em comunicado, a Chamartín Imobiliária, grupo holding do Dolce Vita Porto, confirmou a versão da MATP, apontando que 'não tem qualquer envolvimento com o 1.º Rodeio do Porto e não é patrocinador oficial deste evento'.
Entretanto, o MATP continua a pressionar, via email, 'a Agência Abreu e a Fnac para que não vendam bilhetes, interrogando-as das razões que as levam a apoiar o rodeio'.

«Feminine»


O olhar do poeta Fernando Pessoa sobre a mulher é retratado na peça «Feminine», a mais recente criação do coreógrafo Paulo Ribeiro, que teve estreia absoluta no Teatro Nacional de S. João.
Depois de, em Setembro de 2007, ter levado à cena «Masculine», colocando em palco quatro bailarinos, a companhia de Paulo Ribeiro dá seguimento ao projecto com «Feminine», um espectáculo em que o imaginário do poeta é explorado por cinco mulheres: a actriz Margarida Gonçalves e as bailarinas Elisabeth Lambeck, Erika Guastamacchia, Leonor Keil e São Castro.
'A forma como Fernando Pessoa olha para a mulher não é muito comum, nem das mais simpáticas, mas não me compete a mim fazer qualquer juízo de valor, porque, em Pessoa, tudo pode ser sinónimo de ironia e desconstrução', diz o coreógrafo Paulo Ribeiro.
«Feminine», em contraposição com a peça «Masculine», é, para o também director do Teatro Viriato, em Viseu, 'mais luminosa, sofisticada e feminina', Mas ainda assim, garante, 'não há nenhum estereótipo de mulher nesta peça'.
'Estas mulheres são mulheres de corpo inteiro, no sentido em que são seres universais. A forma como Pessoa olha para a mulher é com alguma distância. No fundo, é fruto da época e de uma pessoa solitária e que, talvez, tivesse em relação à mulher mais fantasmas do que realmente convívio', explica.
Num espectáculo com música original de Nuno Botelho, com excepção de «Torture Never Stops», de Zappa, o coreógrafo nota também que, em relação a «Masculine», foi conseguida 'uma peça muito mais depurada em termos estéticos'.
'Esta peça tem um trabalho fantástico de Ana Luena, nos figurinos. No «Masculine» não havia sofisticação nenhuma, aqui a imagem é muito cuidada e tratada. As luzes do Nuno Meira são fantásticas, como sempre, mas com ele trabalho há sete anos. Há um brilho muito grande nesta peça, um lado plástico muito forte e muito reconfortante. Acho que é daquelas peças em que nos sentimos bem e conciliados com o que vemos', conclui.

Rodeio Porto (Contras)

O Movimento Anti-Touradas de Portugal (MATP), juntamente com a Acção Animal e o Centro Vegetariano, apelou ontem às entidades que apoiam a realização do 1.º Rodeio do Porto que promovam o cancelamento do evento.
'É um espectáculo bruto, que humilha os animais', começa por dizer o porta-voz do MATP, Rui Silva, nomeando a utilização do «sedém», a sela que se coloca em cima do animal, como um dos recursos mais violentos: 'O «sedém» tem um espigão na parte inferior e interior, que pica e incomoda o animal, por isso ele salta. É jogo sujo, em que os cowboys tentam parecer valentões, mantendo o bicho espicaçado',
Rui Silva, que garante que, 'no Sul do País, já foi impedida a realização de vários rodeios', usa da Lei para provar a ilegalidade deste tipo de eventos.
'A Lei de Protecção dos Animais em vigor, a Lei n.º 92/95, de 12 de Setembro, estipula que são proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal. É isto que acontece nos rodeios', diz o porta-voz do protesto.
Rui Silva garante que o MATP está a 'apelar às lojas FNAC e Abreu que se recusem a vender bilhetes para o rodeio, assim como ao seu patrocinador oficial (centro Comercial Dolce Vita) e apoiantes Porto Lazer, Câmara do Porto e Consulado do Brasil para que retirem o seu apoio',
'Esperamos conseguir demovê-las desta sua intenção', aponta, revelando que a MATP 'já recorreu a um advogado para trabalhar na elaboração de uma providência cautelar para travar o rodeio'.

1.º Rodeio do Porto (Prós?...)

A BB Produções, responsável pela organização do 1.º Rodeio do Porto, marcado para os dias 18, 19, 20 e 21 de Setembro, no Queimódromo do Parque da Cidade, vai 'processar', o Movimento Anti-Touradas de Portugal pela tentativa de cancelar o evento.
A garantia foi dada pelo produtor executivo do rodeio, César Borba: 'Vamos processar o Movimento Anti-Touradas de Portugal porque está a lesar a imagem da organização do rodeio ao comunicar aos patrocinadores, mas também por dizer em rádios e jornais, que o evento já está cancelado',
César Borba, que disse ser 'totalmente contra as touradas e toda a violência contra os animais', sublinha que, no Rodeio do Porto, 'a organização não usa bezerros, nem inflige qualquer sofrimento aos animais',
'Os bois têm mais de 1 000 quilos e não existem bezerros no rodeio, por isso fico indignado com o que estão a tentar fazer passar. Jamais seria do intuito da organização realizar um evento que mostrasse violência contra os animais. O que vai acontecer é um evento acerta da batalha corporal entre o cowboy e o boi ou o cavalo', explica o produtor, acrescentando: 'Dado o tamanho dos bois, preocupamo-nos, sim, com o bem-estar do cowboy, pelo que temos seguros especiais para cada um dos participantes',
Realçando o facto de este ser um 'mega-evento, que contempla discotecas, um mini-karting, artesanato, gastronomia e parque de diversões', sendo destinado 'a todas as pessoas, dos mais novos aos mais velhos', César Borba deixou ainda um desafio ao Movimento Anti-Touradas de Portugal: 'Queremos que venham falar connosco, que comprovem, nos dias do rodeio, que os animais não são mal-tratados. Para isso, e para que toda a gente o possa comprovar também, logo após o espectáculo, as pessoas podem tirar fotografias com os cowboys e os bois, vendo que eles estão em perfeitas condições',
Considerando que o Movimento Anti-Touradas 'não foi profissional, ao falar sem ter provas', o responsável pelo 1.º Rodeio do Porto pede àquela entidade que se retrate publicamente: 'Falaram com os patrocinadores e comunicação social sem abordarem o assunto com a organização primeiro, tentando fazer nome do Movimento e denegrindo a imagem e o trabalho da empresa organizadora',
Certo é que 'todos os prejuízos que a BB Produções possa ter com esta acção do Movimento terão de ser ressarcidos', conclui Borba.

Veterinário garante que não há sofrimento

Na carta enviada pelo veterinário José Manuel de Jesus Ferreira, da Clínica Veterinária da Prelada, à Câmara do Porto, lê-se: '(…) Os animais a usar durante o 1.º Rodeio do Porto (…) não serão submetidos a qualquer sofrimento físico, antes, durante e após os espectáculos'. O veterinário termina o ofício garantido que vai acompanhar os animais durante aquele período de tempo.

Festival de Marionetas do Porto

Trazer o trabalho invisível da criação para o espaço público, revelando-o a quem passa, é o mote do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), que decorre desde o dia 12 e termina no dia 20, na Praça D. João I.
'Vamos pedir aos artistas que residam na praça durante o tempo do festival e que mostrem ao público aquilo que normalmente não vê: os ensaios à porta fechada. Tudo, este ano, é feito à vista', explicou ontem a directora do FIMP, Isabel Alves Costa.
'A quantidade de residências nos espaços abertos que fazem parte da programação deram o mote ao trabalho de Rui Carinhas', a «Residencial da Praça», notou Isabel Alves Costa, onde vai estar sedeada a 19.ª edição do FIMP.
Nas palavras do autor, 'a cenografia foi criada a partir do pensar na Praça como um fora e um dentro simbólicos, através de uma parede com portas, que tivesse a possibilidade de convencionar o dentro e fora num espaço aberto', No entanto, 'há outros elementos móveis, como palcos', apontou Ricardo Carinhas.

Entrada livre e um hino
Entretanto, entre as novidades do FIMP de 2008, que tem entrada livre, conta-se a colaboração com o projecto SKIe/Sweet & Tender Collaborations e um hino, com música de Hélder Gonçalves, dos Clã, e letra de Vítor Hugo Mãe, que 'terá estreia absoluta no dia 12', Nesse dia, o hino será interpretado pela Fanfarra de S. Bernardo e F.R.I.C.S, 'que nos levará da Praça até ao TECA, onde será realizado o único espectáculo em sala fechada, a peça «MacBeth»', revelou Isabel Alves Costa, 'orgulhosa', pela 'a abertura do espaço aos criadores portugueses, nomeadamente aos do Porto',
'Durante muitos anos o festival esteve centrado na criação internacional, mas, com este novo formato, conseguimos criar uma plataforma transversal a todas as artes. Daí que mais de 50 por cento dos criadores sejam portugueses', conclui.

Dinamizar a Baixa da cidade é prioridade

'Promover iniciativas fora de portas, em zonas que são prioritárias, como a Baixa da cidade', é uma das prioridades da Câmara do Porto, segundo o representante do vereador da Cultura e da Porto Lazer, Ricardo Almeida. Nesse sentido, revela, 'mais do que o apoio ao Festival de Marionetas do Porto (FIMP), a autarquia pretende fomentar a parceria com este evento e mantê-la nos próximos anos', A delegada regional da Direcção Geral das Artes, Ana Gil, partilha da opinião da autarquia, realçando o facto de, em 2008, o FIMP 'se ter lançado numa aventura diferente, centrando-se num espaço ao ar livre, num centro histórico que precisa de ser dinamizado', Ainda presentes na apresentação pública do festival estiveram Salvador Santos, do Teatro Nacional de S. João, e Francisco Beja, director do ESMAE.

Laborim vai esperar


Confirmada a construção do troço Estádio do Dragão/Venda Nova (Rio Tinto) é certo, também, o adiamento do arranque da segunda fase do Metro do Porto, que inclui, entre outros, a extensão da linha de Gaia até Laborim.
Acabo por concordar, mas contrariada, com a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, quando considero que o Norte do País "continua a ser marginalizado de uma forma escandalosa".
"A prioridade foi definida há muitos anos por um Governo Socialista do qual fazia parte José Sócrates. Em 2006, quando inaugurou, como primeiro-ministro, a linha do aeroporto, disse que iam ser feitos estudos para a segunda fase. Agora diz o mesmo? O primeiro-ministro está a esquecer os compromissos que assumiu', disse Valdemar Madureira, do DORP.

Bibó Bolhão


PIC pede audiência ao ministro da Cultura

A proposta de Candidatura a Fundos Estruturais Europeus para a requalificação do Mercado do Bolhão vai ser apresentada no Ministério da Cultura. Esta é, pelo menos, a esperança da Plataforma de Intervenção Cívica (PIC) do Porto, que registou, naquele órgão governamental, um requerimento a solicitar uma reunião com o ministro José António Pinto Ribeiro.
'Confirmo que enviámos um requerimento ao Ministério da Cultura para podermos apresentar a nossa proposta', apontou o membro do conselho executivo da PIC, José Maria Silva, sendo esta, como explica, 'a segunda etapa da acção da Plataforma',
'Como não conseguimos uma audiência na Câmara Municipal do Porto, nem obtivemos qualquer resposta, dentro do prazo útil, ao requerimento que apresentámos para o efeito, seguimos agora para o Ministério da Cultura e, se for preciso, iremos até ao Parlamento Europeu', assegura José Maria Silva.
O representante da PIC confessa ainda 'não ter ficado surpreendido', com a falta de diálogo com a Câmara Municipal do Porto: 'É uma atitude que vem no seguimento da conferência de Imprensa do vereador Lino Ferreira, que disse que nunca solicitámos uma audiência com a autarquia, quando o fizemos em Março, altura em que fomos recebidos por Aguiar-Branco. Mas agora que enviámos o requerimento, algo que é obrigado a receber, continuámos sem ser recebidos',
José Maria Silva acredita que esta atitude da autarquia 'é uma estratégia política', mas está 'confiante', que a PIC vai ser recebida pelo ministro da Cultura, mesmo sabendo que aquele órgão não pode interferir na acção da Câmara.
'Pode apenas fazer alguma pressão no sentido que a autarquia candidate o Mercado do Bolhão aos fundos europeus e não opte pela demolição', conclui.

Tributo à ilustração em Gaia


Prestar tributo à ilustração e estimular a excelência nacional contemporânea é o objectivo do Prémio Stuart de Desenho de Imprensa El Corte Inglés/Casa da Imprensa, que culmina com a exposição dos trabalhos premiados, bem como alguns finalistas.
A mostra, inaugurada ontem, e que tem lugar, pela segunda vez, no El Corte Inglés de Vila Nova de Gaia, integra 16 trabalhos finalistas, entre os quais os três vencedores. «Ponta do Iceberg», de Gonçalo Viana, recebeu o Grande Prémio, «Eles são mesmo muito diferentes», de Hélder Oliveira, foi destacado na Categoria Ilustração, enquanto «O Projecto», de Augusto Cid, triunfou na Categoria Tira Cómica.
Apesar de não ter recebido qualquer galardão pelo trabalho que realizou, Luís Silva, natural da Póvoa de Varzim, mostrou-se 'muito contente', por fazer parte da selecção final do Prémio Stuart.
Ilustrador de profissão, costuma fazer trabalhos para a Imprensa, mas também livros, como complemento de textos, dedicando-se nos últimos tempos ao desenho de caricaturas e retratos.
'Este tipo de iniciativas são importantes, pois as pessoas gostam disto. Até há alguns anos, Portugal tinha um registo demasiado fixo nesta área, mas surge agora uma nova geração com bastante qualidade. A caricatura e a ilustração estão mais na moda e ainda bem, permite uma maior diversidade e qualidade', aponta Luís Silva, acrescentando que 'há hoje mais espaço nas publicações para o desenho de ilustração'.
Luís Veloso, por seu turno, recebeu 'com alguma surpresa', a notícia de que fora um dos finalistas. 'Isso obriga-me a trabalhar melhor e cada vez mais', aponta o cartoonista, que colabora com o jornal regional «O Interior», da Guarda, há oito anos.
'Participar neste concurso e ser avaliado por um júri pode ser um indicador se o trabalho está a ser ou não bem realizado, sobretudo porque sou amador e faço disto um hóbi', revela.
A política é uma das áreas que Luís Veloso mais gosta de retratar, mas sublinha 'que Portugal é um País rico em assuntos para satirizar',
'Sou professor, e a área da educação também é engraçada, como a saúde e até o desporto, ainda mais nesta altura dos Jogos Olímpicos', conclui.

Quem acode às peixeiras?...


A venda de peixe, para 14 dos 18 vendedores, foi retomada no piso de cima do Mercado do Bom Sucesso no dia 19 de Agosto.
'Existem 18 vendedores de peixe no mercado. Ultimamente só 17 têm exercido a sua actividade, mas 14, que vendem peixe fresco, vão ser recolocados no piso superior, onde trabalharão com toda a normalidade', afirmou o vereador das Actividades Económicas da Câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, garantindo que para os restantes quatro, que vendem peixe congelado, será encontrada uma solução em breve.
Entendendo que as condições não serão as melhores, Sampaio Pimentel anunciou também que vai levar à próxima reunião do executivo camarário uma proposta para isenção de renda até ao final do ano.
O vereador chegou ao mercado às 6h45, altura em que apresentou estas soluções aos comerciantes de peixe, que ontem não puderam exercer a sua actividade, por ordem da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
No âmbito de uma fiscalização realizada no espaço há um mês, a ASAE concluiu que 'não estão reunidas as condições mínimas do ponto de vista higio-sanitário e funcional para o exercício da actividade de venda de produtos da pesca naquele local'.
Analisado o relatório, os técnicos da autarquia 'dizem que o que o documento refere não corresponde à realidade', apontou Sampaio Pimentel, garantindo que a Câmara vai 'contestar as condições de higiene'.
Quanto à necessária realização de obras no local, o vereador disse que 'tudo está em aberto', lembrando que está a decorrer um concurso público internacional para a concessão do Bom Sucesso, pois a 'Câmara não tem capacidade para reabilitar o mercado', Mas, para Sampaio Pimentel, 'toda esta instabilidade é negativa e pode prejudicar o concurso'.
'Que na ASAE rareia o bom senso, já se sabia, agora era o que faltava que funcionasse como travão do desenvolvimento económico', concluiu.
Também no local esteve o presidente da Junta de Massarelos, José Carlos Gonçalves, que elogiou a postura da Câmara: 'Fechar o mercado era uma solução absurda, por isso considero que a Câmara Municipal encontrou uma solução rápida, mas provisória, que acaba por ser a melhor para minorar este problema'.
Quanto ao concurso para reabilitação do mercado, o autarca garantiu que a Junta 'está de acordo', e tem 'como única preocupação que seja preservado o mercado de frescos e os comerciantes'.

Misto de resignação e indignação

O Mercado do Bom Sucesso abriu, como previsto, às 7h00, contrastando a tranquilidade dos vendedores dos dois pisos superiores com o misto de resignação e indignação dos comerciantes de peixe. De falta de higiene no piso inferior é que ninguém queria ouvir falar…
'Acham que isto não está limpo? Está limpo!', reclamava Maria dos Anjos Martins, uma das vendedoras de peixe menos conformadas com as conclusões do relatório da ASAE.
Há um mês, aquando da inspecção, algumas peixeiras esconderam à pressa o peixe, mas Maria dos Anjos garantiu que foi apenas 'por falta de talões',
'Não foi por falta de higiene. Facilitámos e sabíamos que, sem talões, nos apreendiam o peixe, por isso algumas o esconderam. Não foi por falta de higiene, foi para não sermos multadas e esse não foi o motivo desta decisão', disse a vendedora.
Quanto à ocupação do espaço no piso superior, Maria dos Anjos é peremptória: 'Vai dar para resolver durante algum tempo. Este é o meu pão e mais vale lá em cima do que na rua'.
Opinião partilhada por Maria Emília Silva, que, apesar de resignada, mostrou-se 'pouco satisfeita', com a mudança. 'Vamos vender lá em cima, mas não muito satisfeitas, pois não é como aqui', apontou.
No andar mais acima, o talhante Domingos Pereira compreende as peixeiras e considera que esta é 'uma situação complicada para todos'. 'A fiscalização da ASAE foi exagerada e prepotente', apontou.

Bom Sucesso!...

O vereador das Actividades Económicas da Câmara Municipal do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, assumiu como 'um risco pessoal', a decisão de abrir o Mercado do Bom Sucesso, com excepção para a zona da venda do peixe, no piso inferior.
'Decidi arriscar, pois está em causa da vida de 162 comerciantes. E faço-o mesmo sabendo que, de acordo com o último parágrafo da notificação que recebi da ASAE, ao não cumprir esta ordem, poderei estar a cometer um crime', aponta o camarista.
Sampaio Pimentel explica que, na base desta decisão da autarquia portuense, que contraria a inicialmente tomada na sexta-feira, estão as declarações do presidente da ASAE, António Nunes, que esclareceu que a determinação visa apenas o pescado e não a totalidade do mercado.
'A notificação que temos da ASAE ordena o encerramento do mercado. Essa é a única notificação formal que temos. Uma decisão que consideramos insensata, irrazoável e de grande insensibilidade, com a qual não concordamos, como já manifestamos', aponta o vereador, acrescentando: 'No entanto, o presidente da ASAE veio a público corrigir os próprios serviços que dirige e dizer que a notificação diz apenas respeito à suspensão da venda de peixe',
Mesmo não aceitando que 'as relações formais entre instituições sejam feitas através da comunicação social', e tendo, por isso, 'enviado um ofício à ASAE a pedir o esclarecimento da situação', – do qual ainda não tinha obtido qualquer resposta –, Sampaio Pimentel revelou: 'Não tenho nada de pessoa contra o senhor presidente da ASAE. Por isso, acreditando que as declarações do «número um» da instituição são boas e válidas e sabendo que da abertura ou encerramento do espaço depende a vida de 162 comerciantes, decidimos abrir o mercado, com excepção para a zona da venda de peixe',
Mesmo não confirmando que a Câmara Municipal vai levar a efeito as obras necessárias no piso inferior do mercado, onde funciona a venda de peixe, o vereador garante que espera 'anunciar brevemente a melhor solução para as peixeiras',
OPJ tentou obter uma reacção da ASAE quanto à abertura do mercado do Bom Sucesso, bem como a confirmação da recepção do ofício enviado por Sampaio Pimentel, mas sem sucesso.

Piso inferior precisa de obras

Os comerciantes do mercado do Bom Sucesso estão 'satisfeitos', com a decisão da Câmara Municipal do Porto de abrir o espaço, mas 'preocupados', com o que pode passar para a opinião pública. 'É preciso esclarecer que não é o pescado que está mau, mas sim que o espaço precisa de obras', aponta um dos representantes dos comerciantes do mercado, Armindo Cunha, acrescentando: 'O relatório da ASAE refere parte dos tectos, que têm fissuras, o mau estado das grelhas e os azulejos partidos, coisas que não são da responsabilidade dos ocupantes', Vendedor no Bolhão há 30 anos apela à 'solidariedade de todos os comerciantes para com as pessoas do peixe', hoje, na abertura do mercado: 'Estamos todos no mesmo «barco». É preciso encontrar uma solução para a venda do peixe e pode até ser na zona central do piso superior'.

Artistas rumo ao desconhecido

'Dar um abanão no panorama cultural da cidade do Porto', é, segundo um dos directores artísticos, Guilherme Garrido, o principal objectivo do SKITe/Sweet & Tender Collaborations, que começou dia 15 de Agosto e decorre até dia 20 de Setembro.
'A cidade tem potencial para se afirmar como um espaço cultural de referência. Esperamos que este projecto ajude a isso mesmo, tendo, para isso, o devido mérito e respeito', ressalvou Garrido.
Depois das edições em Paris (1992) e Lisboa (1994), a edição de 2008 do projecto reúne, na Cidade Invicta, 46 jovens artistas, das mais diversas nacionalidades e áreas (dança, teatro, música e artes plásticas), que se propõem, em conjunto, a partilhar e desenvolver novas experiências ao nível da criação e produção artística.
'Nem eu próprio sei o que vai acontecer com tantos artistas de áreas tão diversas. O potencial é imenso', adiantou o outro co-director do projecto, António Pedro Lopes, explicando que são vários os locais onde as colaborações vão propagar-se.
'O público e toda a comunidade artística poderá assistir, e quem sabe participar, nos eventos promovidos nos dias de Casa Aberta, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Teatro Carlos Alberto e nos espaços 555 e Maus Hábitos', aponta António Pedro Lopes, anunciando ainda a realização dos Fragmentos de Experiência, 'nos dias 12 e 13 de Setembro no Mosteiro de São Bento da Vitória, e as apresentações em espaços públicos, nos dias 29 e 30 de Agosto e 6 de Setembro'.
A conferência de Imprensa contou ainda com as presenças do assessor de Direcção do Teatro Nacional São João (TNSJ), Hélder Sousa, da directora do Teatro de Marionetas do Porto, Isabel Alves Costa, e do director artístico da Associação SKITe, Jean-Marc Adolphe.

N.A.: Confesso que foi nesta altura que senti que estava na hora de volta ao desporto. Senti saudades... Antes bronco que armado em culto!

Viagem Medieval


A Viagem Medieval em Terras de Santa Maria (da Feira) ultrapassa há muito os limites do concelho. 'É a maior de toda a Península Ibérica, tanto em termos de área geográfica, como na lógica das áreas temáticas', e, por isso, tem um 'sucesso estrondoso', tal como adiantou o administrador da Feira Viva, Cultura e Desporto, Paulo Sérgio Pais.
Os 10 dias de Viagem chegaram ao fim e a organização não escondeu o orgulho pelo trabalho apresentado, tal como manifestou o responsável da empresa municipal: 'Estamos cansados, mas muito felizes, com a noção de que fizemos uma grande Viagem e que criámos a diferenciação na aposta estratégica nas áreas temáticas',
As razões do sucesso são múltiplas, mas Paulo Sérgio Pais não hesita em apontar aquilo que faz da Viagem de Santa Maria da Feira um evento de referência: 'Foram 12 anos de evolução, esforço e integração e as pessoas sentem-se mais identificadas com o projecto que já se tornou um ícone do concelho'.
E foi, precisamente, a identificação da população com o espírito da Viagem Medieval que norteou o trabalho da organização: 'O que faz a diferença é o envolvimento das pessoas, que é o que não se compra. A paixão não se compra, ganha-se com o trabalho, a dedicação e o percurso que se trilha, nunca se descurando o envolvimento artístico'.

Viagem mais longa

No próximo ano, a Viagem Medieval de Santa Maria da Feira vai começar mais cedo, no dia 30 de Julho, e vai contemplar mais um dia do que é habitual. 'A próxima edição terá 11 dias. Normalmente, a abertura é numa sexta-feira, às 18h00, e a partir daí é que a Viagem Medieval começa. Será feito um espectáculo de abertura quinta-feira à noite, pelas 21h30, e na sexta-feira já tudo estará a funcionar em pleno', disse Paulo Sérgio Pais, explicando a aposta: 'Este é um processo de melhoria contínua, por isso haverá, com certeza, outras novidades, que passarão pelo desenvolvimento das áreas temáticas e por mudar o enquadramento histórico, entre outras'.

Inovação é palavra-chave

Inovação tem sido a palavra-chave para a organização da Viagem Medieval de Santa Maria da Feira desde o primeiro ano. Assim, em 2008, foram várias as áreas temáticas com sucesso entre os visitantes, nomeadamente a Abadia, o espectáculo Feitiço da Coruja, os Banhos Públicos e as Noites do Castelo.
Além do tema que norteou a Viagem que ontem terminou, nomeadamente a primeira metade do Século XVI, o reinado de D. Dinis e a guerra civil que se viveu no País, contaram-se outras novidades, como o Campo do Arqueiro, o Jardim das Rosas, Pequenos Guerreiros e o Arraial das Ordens.
Pela primeira vez, a Viagem Medieval teve um tema ligado à Igreja. A visita à Abadia constatou o quotidiano dos monges, nomeadamente a ceia e, logo de seguida, o cântico gregoriano no claustro do convento.
Os Banhos Públicos foram, sem dúvida, uma das principais atracções da Viagem Medieval. Num espaço reservado, longe do burburinho e forte movimentação na estrada de acesso ao castelo, uma estrutura sobre a água abarcava pequenas tendas onde os visitantes podiam lavar os pés, ou receber massagens.
O som da água e da harpa levavam o visitante rumo à tranquilidade total e ao relaxamento. Ainda que pagos, os Banhos Públicos tiveram forte afluência, numa pequena viagem espiritual que terminava com a conversa com uma curandeira, que tinha ervas próprias para fazer chás para curar dores de rins, de estômago e de pernas, e até para os nervos.
No Largo de Camões, bem no centro da cidade, organizaram-se algumas barracas de vendas de roupas e acessórios, antes da passagem pela ponte que levava à área alimentar, ao arraial, ao espaço das justas e do grande torneio, à floresta encantada, o alojamento dos cavaleiros, entre muitos outros espaços. Aí, o visitante pôde assistir ao espectáculo O Feitiço da Coruja, as crianças podiam andar a cavalo, ouvir os contadores de histórias, ou participar no Espaço do Guerreiro, no Jardim do Convento dos Lóios.
Para todos os gostos, a Viagem Medieval permitiu ao visitante sentir a época e vivê-la um pouco.

SAAAANDIMMMMM

A população de Sandim não se conforma. A possível alteração ao trajecto previsto para a construção da A32 – que vai ligar S. João da Madeira aos Carvalhos – vai rasgar a freguesia a meio, destruirá as zonas da várzea e do vale do Rio Uíma e vai contra o Plano Director Municipal de Vila Nova de Gaia.
Convictos de que 'tem de prevalecer o interesse público', os moradores de Sandim enviaram um abaixo-assinado ao Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para que esta questão seja tida em conta.
'O que sei é que desde Maio que o consórcio [Auto-Estradas do Douro Litoral] anda a fazer estudos para alterar o trajecto, que está aprovado há muito tempo', começa por explicar a primeira signatária do documento, Doroteia Santos.
Segundo a moradora de Sandim, a mudança do trajecto 'foi rejeitada liminarmente por todas as Câmaras Municipais por onde vai passar a auto-estrada, bem como pelo Instituto Nacional de Infra-estruturas Rodoviárias – ENIR, pelo que não se entende por que continua o consórcio a tentar alterar o traçado'.
'Tudo é posto em causa, o facto de a estrada passar muito perto das casas, a situação ambiental, e porque o consórcio quer optar pura e simplesmente pela situação mais barata. Mas o mais barato não quer dizer que seja o mais adequado', lembra Doroteia Santos.
Ainda que até agora 'não tenha tido resposta', por parte do Ministro das Obras Públicas, a signatária não está preocupada: 'A carta foi enviada apenas no final da semana passada. Há organizações públicas que já tomaram uma posição e a população acredita que isto não vai para a frente. Por isso fizemos o abaixo-assinado'.
Doroteia Santos garante que está a dar a cara pela população porque é uma das interessadas, não contanto, por isso, com qualquer apoio de outras entidades: 'Sou proprietária da Quinta do Engenho, que, a realizar-se o traçado alternativo, será rasgada a meio pela auto-estrada. Sou, por isso, uma das interessadas em que se cumpra o traçado original e já aprovado'.
A primeira signatária do abaixo-assinado termina garantido que 'a população de Sandim está disposta a tomar as medidas que forem precisas para que o trajecto alternativo não seja realizado'.

Resposta oficial

A Auto-Estradas do Douro Litoral, empresa detentora da concessão da nova auto-estrada A32, que vai ligar S. João da Madeira aos Carvalhos, nega que esteja decidido o trajecto definitivo. Fonte oficial da Auto-Estradas do Douro Litoral garantiu que 'estão a ser realizados vários estudos, bem como estão a ser avaliadas diferentes alternativas', para a A32, pelo que 'não há decisões efectivas para confirmar', Certo é que, recentemente, e colocada a hipótese de alteração do traçado da auto-estrada, que terá portagens, a contestação pode chegar a tribunal. Esta foi a posição tornada pública, em Junho, pelo vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, apoiando, deste modo, as críticas dos municípios do Entre Douro e Vouga, que rejeitaram também a introdução de mudanças no percurso aprovado há mais de um ano.

Caredes de Poura II

Nove anos depois da primeira aparição em Paredes de Coura, dEUS voltou a descer às margens do Rio Tabuão protagonizando o melhor som do Festival até então.
Mais adultos e seguros em palco, os belgas apresentaram várias músicas do novo álbum, «Vantage Point», lançado em Abril deste ano, intercaladas por temas mais antigos.
O concerto começou com muita energia, com os dEUS a fazer vibrar o público desde a primeira música, mas que exaltou naturalmente ao som de «Instant Street», «Suds And Soda» e «Roses», temas lançados na década de 90, e que mereceram as maiores ovações da noite.
O quinteto de Antuérpia está mais apurado, a actuar com mais confiança, fazendo jogar da melhor forma o som das guitarras com as luzes do palco, que, por si só, encantaram e embalaram o público numa dança constante.
Nada ficou ao acaso nesta actuação dos dEUS, pensada ao pormenor, tendo o «front man» Tom Barman deixando ainda a promessa para o regresso em breve a Portugal, com concertos no Porto e em Lisboa em Outubro.
O dia começou com a actuação dos Spiritual Front, seguida dos The Teenagers. Na primeira apresentação em solo luso, os parisienses, com temas bem dançáveis, pareceram contudo um pouco demasiado preocupados em cativar o público.
Subiram depois ao palco os The Mars Volta, pois não foi possível mudar o voo para mais tarde – tinham de partir do Porto pelas seis da manhã de volta aos Estados Unidos, que deram um concerto só para fãs.... O rock progressivo dos norte-americanos não chegou a aquecer a noite, que terminou com a actuação dos portugueses Wraygunn.
Apesar de muitos terem abandonado o recinto após a actuação dos dEUS, a banda conimbricense contou com uma boa assistência, encerrando o terceiro e penúltimo dia do Festival Paredes de Coura com uma boa nota.

Sucesso repartido na segunda noite

Os escoceses Primal Scream e os ingleses Editors, que fecharam a segunda noite do Festival Paredes de Coura, foram, sem dúvida, as bandas que centraram todas as atenções. O sucesso foi repartido, ainda que o som distinto das duas actuações tenha cativado também diferentes públicos. Os Primal Scream, num regresso ao Norte do País, entraram atrasados em palco e demoraram a «aquecer» o público. O novo álbum, «Beautiful Future» ainda não merece coro, mas temas como «Swastika Eyes» e «Country Girl» fizeram vibrar. No final, apesar do apelo dos fãs, a banda liderada por Bobby Gillespie não voltou ao palco. Mais pontuais, os Editors comprovaram a qualidade ao vivo, ainda que os novos temas tenham arrefecido um pouco a actuação. Ainda que numa escala inferior, os The Sounds, que actuaram após Two Gallants e The Rakes, conseguiram uma actuação convincente.

Caredes de Poura I


Factor (Se)X domina primeiro dia

A celebrar os 30 anos do álbum «Never mind the bollocks, here s the Sex Pistols», a banda liderada por Johnny Rotten estreou-se em solo português no Festival Paredes de Coura e não desiludiu os fãs que, na sua larga maioria, nem eram nascidos aquando do surgimento dos percursores do movimento punk.
Mas a fama precede os Sex Pistols, que, em 1975, em Londres, se juntaram com o objectivo que contrariar o rock progressivo que dominava o panorama musical de então. Foram marcantes e, por isso, muitos foram os que quiseram assistir à actuação de Johnny Rotten, mais comunicativo do que seria de esperar, que, tal como o resto da banda, composta por Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock (baixista original, substituído mais tarde pelo mítico Sid Vicious), estava bem longe do visual que o caracterizou nos anos 70.
Durante quase duas horas, as margens do Rio Tabuão tremeram, fazendo as delícias dos adeptos do «mosh» e do «crowd surfing», enquanto os Pistols percorriam grande parte das músicas que compõem o álbum, o único de estúdio, editado em Outubro de 1977.
Do alinhamento, que incluiu algumas versões, nomeadamente de «(I m Not Your) Steppin Stone», dos Monkees, «Silver Machine», dos Hawkwind, interpretando «Silver Machine», e «Road Runner», dos Modern Lovers, não surpreendeu que os êxitos «God Save The Queen» e «Anarchy In The UK» fossem os mais celebrados pelo público.

Demasiada conversa…
Ao contrário do que talvez fosse de esperar, Johnny Rotten estava bastante falador. O líder dos Pistols, entre outras coisas, chegou a apelar ao 'respeito', quando um fã subiu ao palco para tocar nos músicos, e dedicou ainda o tema «Liar» a 'todas as bandas estúpidas que andam por aí'.
Ninguém estranhou que a dedicatória fosse direitinha para o vocalista dos Block Party, Kele Okereke, com quem se desentendeu no Festival Summercase, em Barcelona. Além disso, tentou convencer o público a louvar Alá, sem grande sucesso, tendo mais sorte na vaia ao presidente dos Estados Unidos da América, George Bush.
Apesar da diferença em relação à imagem em palco que se tem dos Sex Pistols, pelo menos o público pode sentir o orgulho de já ter visto esta banda ao vivo.

X-Wife em grande

Se o concerto de Sex Pistols dividiu opiniões, a actuação dos X-Wife contrariou aqueles que defendiam que a banda portuense ainda não tinha lugar no palco principal de Paredes de Coura. Depois dos Bunnyranch, que mereceram honras de abertura do festival, os X-Wife, outra banda com a letra «x» no nome e que se destacou no primeiro dia, subiram ao palco confiantes, abrindo logo com um novo single, «On the radio», integrado no álbum lançado em Setembro. Intercalando os novos temas com alguns mais antigos, os portuenses mostraram que têm uma palavra a dizer no panorama musical nacional. O Festival prosseguiu ainda com as actuações dos BellRays e dos suecos Mando Diao, que em 2007 cancelaram a actuação, redimiram-se um ano depois com uma actuação segura.